quarta-feira, setembro 16, 2015

Mais de um milhão de postos de trabalho poderão ser eliminados por causa da recessão no Brasil.

Segundo os economistas, a recessão poderá causar
a destituição de pelo menos quatro por cento das vagas
 com carteira assinada. 
O governo pretende
que o valor arrecadado com demissões
seja aplicado no projeto
Minha Casa Minha Vida.


Como todos sabem, o Brasil está passando por uma das crises econômicas mais profundas de sua história. Portanto, é claro que a atual crise no mercado de trabalho também é uma das mais graves. Por isto, os economistas mais otimistas, inclusive os do próprio governo, apontam perspectivas preocupantes, tanto para quem pretende obter empregos como para quem já está empregado. De julho do ano passado a julho deste ano, foram extintos 780 mil postos formais (empregos com carteira assinada), o que representou a maior eliminação de vagas desde 1996. Agora, a perspectiva de uma recessão que se acentuará mais ainda até dezembro deste ano faz com que os economistas prevejam a eliminação de pelo menos quatro por cento das vagas - maios de um milhão de postos de trabalho - existentes.  Isto supera o pior resultado já ocorrido até hoje, quando em 1998, no governo de Fernando Henrique Cardoso, foram eliminadas 580 mil vagas com carteira assinada.
Na semana seguinte à da retirada do Brasil do "Selo de Bom Pagador", segundo a Folha de S. Paulo, pela agência internacional de riscos Standard & Poor's, as estimativas dos economistas brasileiros ampliaram a previsão de retração do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,44% para 2,55% este ano. "Produto Interno Bruto" é a soma, em valores em dinheiro, de todos os produtos e serviços produzidos e consumidos numa determinada região (neste caso, o território nacional brasileiro) durante um determinado período (neste caso, o ano atual). Ele serve para medir a atividade econômica, o volume e a economia de riqueza da região analisada (neste caso, o Brasil inteiro). O país com maior PIB por habitante tende a ter maior índice de desenvolvimento humano (IDH). No caso do menor PIB, o IDH será proporcionalmente menor.
Isto leva os economistas à conclusão de que o Brasil caminha para um recorde muito preocupante de destruição dos postos de trabalho formais. Dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) indicam que ainda este ano serão eliminados de 1.200.000 a 1.600.000 postos no país. Segundo a Folha de S. Paulo, o economista que conduziu o estudo da Firjan, Marcelo de Ávila, disse que os empresários só demoram a demitir porque o custo associado às demissões é muito alto, mas as demissões estão se tornando inevitáveis porque o setor privado "segurou o quanto pôde". 
Como se isto não bastasse, ainda segundo a "Folha", alguns empresários disseram que integrantes da equipe econômica do governo lhes informaram que o governo pretende aplicar valores arrecadados com demissões no projeto "Minha Casa Minha Vida".  A ideia é usar o valor arrecadado com o adicional de 10% pago pelos empregadores ao demitirem empregados sem justa causa. Isto seria para manter a chamada "faixa 1" do programa de habitação popular. Atualmente esse adicional é direcionado ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), mas não tem destinação específica. Segundo as informações, o governo pretende criar uma medida provisória que garanta o repasse dos recursos ao Fundo de Arrendamento Residencial (FAR).