quinta-feira, março 12, 2015

Planeje sua aposentadoria desde o início do primeiro emprego.

Quanto mais cedo você começar a planejar sua aposentadoria,
melhor será para você mais tarde. 
Se seu emprego atual
já não é mais o primeiro, 
e se você ainda não começou
a planejar sua aposentadoria,
não perca mais tempo. 

Esse hábito que muita gente tem, de deixar para depois o que pode ser feito a partir de agora, só atrapalha o que tiver que ser feito devido a imprevistos depois. Portanto, atrapalha a própria vida. Por isto, vai aqui um conselho aos jovens: comecem a fazer planos para suas aposentadorias desde já. Se você ainda não obteve seu primeiro emprego, comece a planejá-la desde quando começá-lo. Se você já está empregado há mais tempo ou trabalha como autônomo, não perca mais tempo: comece já. 
Outro grande erro: muita gente pensa na aposentadoria apenas como um direito que o trabalhador para aproveitar os próximos anos de sua vida descansando depois de tantos anos de dedicação ao trabalho, à empresa, etc. É importante começar a planejar sua aposentadoria não apenas pensando no merecido descanso, mas pensando principalmente na garantia de reservas que permitam que você mantenha um padrão de vida estável, satisfatório para você mesmo e para sua família.
"Aposentar-se" não significa "parar de trabalhar", "para de produzir". Quem pára de produzir ainda podendo produzir não é um aposentado, é um acomodado. Há muitos aposentados que trabalham como autônomos. Alguns para manter ou aumentar a renda da família, outros pelo prazer pelo que fazem, outros pelas duas razões, mas há uma grande maioria que quer apenas "descansar" apesar de gozar de saúde e condições físicas que lhes permitam ainda produzir muito. Seja como for, uma aposentadoria não planejada desde cedo dificilmente será como você gostaria que fosse. Aposentados também precisam de melhores tratamentos de saúde, melhores condições de alimentação, de roupas, de calçados, e tudo isto gera gastos. Para isto, se ele tem boas condições mentais e físicas, não pode ficar apenas na dependência dos que antes eram seus dependentes e agora são pessoas que trabalham, tem seus salários, podem e devem ajudar seus pais, mas também tem que que arcar com muitas outras responsabilidades inclusive financeiras pessoais, familiares, pagar impostos, etc. 
Quando ainda são empregados e tem filhos, e estes ainda não começaram a ter uma vida produtiva (não tem emprego ou ainda não começaram a atuar como autônomos), esses pais são trabalhadores que estão iniciando uma fase da vida que, na verdade, é um processo gradual de desaceleração. Geralmente é nessa fase que começam os chamados "conflitos de gerações". Na maioria dos casos, os filhos estão na fase da adolescência (entre os 11 e os 18 anos de idade). Os filhos estão numa fase de transição entre o final da infância e o início da vida adulta que se caracteriza por mudanças nas características físicas, mentais e sociais raramente compreendidas de forma correta pelos pais. Estes (pais e mães), por sua vez, dizem aos filhos e filhas: "na sua idade, eu já fazia isto ou aquilo, eu era deste ou daquele jeito", mas esquecem um fator primordial nessa discussão: quando eles tinham as idades que seus filhos e suas filhas tem agora, o mundo era muito diferente do atual, sob os pontos de vista tecnológicos, sociais, etc. Esquecem também outro fator importante: quando falam do mundo em que eles tinham as idades de seus filhos, estão falando de um mundo que seus filhos não vivenciaram porque ainda não tinham nascido, enquanto agora esses pais tem a oportunidade (nem sempre devidamente aproveitada por eles mesmos) de presenciar o mesmo mundo atual com seus filhos. 
Talvez o leitor agora queira perguntar o que esse conflito entre pais/mães e filhos/filhas tem a ver com a aposentadoria dos pais. É que na falta de recursos financeiros, esses conflitos se ampliam drasticamente, gerando a partir daí um inevitável mal estar dentro da família. Isto dificulta aos pais e mães as condições para administrar bem, ao mesmo tempo, a família e as finanças da família. Muita gente diz que o amor e o dinheiro são coisas que não devem ser misturadas, que devem ser tradas sem que uma influencie a outra, mas a realidade não é assim. Quando se trata de administrar bem os interesses da família, pelo bem desta, comprova-se sempre que o ato de administrar bem as finanças é também uma prova de amor pela família. Seja qual for o valor da renda familiar, será frequentemente necessário fazer ajustes, cortar gastos, reprogramar o orçamento familiar priorizando as necessidades da família em vez do status social, fazendo com que os filhos entendam que tais escolhas proporcionarão o melhor para eles no futuro. Com carinho, com compreensão, sem brigas, sem alterar o tom da voz, faça-os entender que esse planejamento não significa simples cortes em gastos, significa sua preocupação com o futuro da família, que deve ser a mesma preocupação de todos os membros da família desde já. Assim eles perceberão seu amor por eles com mais clareza.
Lembre-se também que, se você quer que seus filhos colaborem, o exemplo tem que partir de você mesmo. Antes de discutir com eles tentando fazê-los entender o que você faz ou quer fazer pelo futuro deles, é preciso que você entenda que, numa situação familiar financeiramente estável, seus filhos tem mais oportunidades de se desenvolver como pessoas, como membros da própria família e como membros da sociedade. Isto quer dizer que, se você é uma dessas pessoas que não deixam de tomar aquela deliciosa cerveja no bar todo final de semana, lembre-se que esse hábito, embora prazeroso, não é uma prioridade. Se você quer que seus filhos colaborem abrindo mão do que não é necessário, você mesmo tem que abrir mão do que não é necessário. Ir ao bar algumas vezes, tudo bem. Mas todo final de semana? Não há necessidade disso. Portanto, colabore com você mesmo a partir disto. Tal hábito não é prioridade para a família. O dinheiro que você gasta todo final de semana consumindo cerveja ou o que quer que seja num bar, por pouco que seja, já ajudaria muito em investimentos na educação financeira (*) de seus filhos.
Num país como o Brasil, em que o sistema educacional sempre foi e ainda é um dos piores do mundo, são frequentes as histórias de casos reais sobre aposentadorias não planejadas ou planejadas inadequadamente e de filhos e filhas que fracassaram na vida por não terem recebido educação financeira desde a infância. Em todos os casos assim os filhos se tornam herdeiros adultos que pensam que sabem, mas realmente não sabem o que fazer com os bens que herdaram. Portanto, comece desde já a planejar sua aposentadoria ensinando a seus filhos, desde a infância, como lidar com o dinheiro. Esta é a única forma de proporcionar a eles uma herança realmente digna.
(*) No espaço para pesquisa, no alto da página, digite "educação financeira" para ler o artigo sobre ela.